A árvore que é dona dela mesma
- Natanael Leitão

- 20 de abr. de 2023
- 2 min de leitura
Na metade do século XVIII, um carvalho branco iniciou sua vida na cidade de Atenas, estado da Geórgia (EUA).
A árvore estava localizada em uma área residencial, na propriedade de um soldado da Revolução Americana, James Jackson.
Por muitos anos foi considerada a árvore mais antiga da cidade, sendo bastante conhecida por todo os EUA.
O filho do soldado Jackson, o coronel William Jackson, foi criado na propriedade e teve sua infância ligada à árvore. A natureza do seu trabalho o tornou um sujeito duro, mas a presença daquela árvore era uma conexão direta com sua infância.
Segundo relatos, entre 1820-32, o Coronel William transferiu a propriedade da onde estava plantado, e uma área de 2,4 m ao seu redor, para o próprio carvalho. Era uma maneira de preservar a árvore e sua infância.
A árvore tornara-se dona dela mesma.
Em 1942 a árvore caiu devido más condições de cuidado e atingida por uma forte tempestade, morrendo com idade estimada entre 150-400 anos.
Em 1946, os moradores locais se mobilizaram para que o espaço vazio fosse ocupado por outra árvore. Eles encontraram em um terreno próximo um carvalho "filho" da árvore original, e com a ajuda de alunos da Faculdade de Agricultura da Universidade da Geórgia, realizaram a operação de transplante.
O carvalho de 1,5 m foi transferido com sucesso e tornou-se uma árvore herdeira e dona dela mesma.
Embora a história dessa árvore tenha um polco de folclore e realidade, a planta existe e os relatos jornalísticos datam de 1890.
Em sua base, consta a placa, escrito: "Pois é em consideração ao grande amor que tenho por esta árvore e ao grande desejo que tenho por sua proteção para sempre, transmito a posse total de si mesma e de todas as terras dentro de oito pés da árvore por todos os lados" William H. Jackson.
Me espanto com o fato do homem respeitar um papel escrito por outro homem, mas não ter a sensibilidade de naturalmente respeitar outra forma de vida.





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