Universo 25
- Natanael Leitão
- 18 de abr. de 2023
- 2 min de leitura
Universo 25 foi um dos mais intrigantes experimentos já feitos.
Analisando o comportamento de uma colônia de ratos, o cientista americano John Calhoun buscou explicar a evolução e comportamento das sociedades humanas.
A ideia do Universo 25 era criar um "mundo ideal" no qual os animais viveriam e se reproduziriam livremente. Para isso construiu o chamado "paraíso dos ratos", um espaço especialmente desenhado onde os roedores tinham alimentos e água em abundância, bem como um grande espaço de convivência social.
O experimento iniciou com quatro casais de ratos que em pouco tempo começaram a se reproduzir. Depois de 315 dias a reprodução nessa comunidade começou a diminuir significativamente. E quando o número de roedores chegou a 600, formou-se uma hierarquia entre eles e então apareceram os chamados "os melhores".
Os “melhores” começaram a atacar o grupo, levando muitos machos a colapsar psicologicamente. Como resultado, as fêmeas não eram protegidas e se tornaram mais agressivas, inclusive com os próprios filhotes.
Com o tempo, as fêmeas apresentaram um comportamento mais agressivo, isolamento social e falta de humor reprodutivo. Houve uma redução na taxa de nascimentos e, ao mesmo tempo, aumento da mortalidade dos roedores jovens.
Então, surgiu uma nova classe social de machos, os chamados "os bonitos".
Eles se recusaram a acoplar com as fêmeas ou "lutar" por seu espaço. Tudo o que se importavam era com sua alimentação e sobrevivência. Em um ponto, os "bonitos" e "fêmeas isoladas" se tornaram a maioria da população e a comunidade entrou em colapso.
De acordo com Calhoun, o fim da comunidade foi caracterizado pela perda do propósito na vida além da existência - nenhum desejo de copular, criar as proles ou estabelecer um papel social.
Entre os ratos ameaçados, houve aumento de interesse pelo mesmo sexo e canibalismo, apesar da abundância de alimento e fêmeas.
Dois anos após o início do experimento, nasceu a última prole da colônia.
Em 1973, ele sacrificou esse último rato do Universo 25. John Calhoun repetiu a mesma experiência mais 24 vezes e obteve sempre resultados semelhantes.
Esse trabalho tem sido usado como modelo para interpretar as relações humanas e mostra que espaço pessoal pode ser essencial para prevenir o colapso psicológico e societal.